October 16, 2011

Quem nos rouba o tempo?

A minha prima partilhou isto comigo...a mim fez-me pensar.
Haverá a alguém que possa fazer diferença!
:)



O filósofo Blaise Pascal dizia que toda a infelicidade humana provém de uma única coisa: não sabermos estar quietos num lugar. Mas não foi apenas a quietude a tornar-se hoje em dia uma virtude fora de moda. Nós próprios nos tornámos uma espécie de “doentes de tempo”. Parece que temos de viver sete vidas num dia só, ofegantes, ansiosos, desencontrados e meio insones. Um desenvolvimento sereno do tempo não nos basta. Desde os horários dilatados de trabalho às solicitações para uma comunicação praticamente ininterrupta, entramos num ciclo sôfrego de atenção, atividade e consumo. «Despacha-te, despacha-te» é o comando de uma voz que nos aprisiona e cujo rosto não vemos. «Despacha-te para quê?». Talvez, se tivéssemos de explicar as razões profundas dos nossos tráficos em vertigem, nem saberíamos dizer. E também disso, desse vazio de respostas, preferimos fugir.
Quem nos rouba o tempo? Um investigador social americano, Alec Mackenzie, divertiu-se a construir uma lista de “ladrões de tempo” e chegou à conclusão que os mais perigosos são
aqueles interiores, os que nós próprios incorporamos. É claro que há uma quantidade impressionante de “ladrões exteriores”: o modo leviano como nos interrompemos uns aos outros com trivialidades; os telefonemas que chovem e se prolongam por coisa nenhuma; os compromissos e obrigações sociais de mero artificialismo; as reuniões sem uma agenda preparada em vista de objetivos… Mas os “ladrões” mais devastadores são os que atuam por dentro quando, por exemplo, as nossas próprias prioridades aparecem confusas e flutuantes; quando somos incapazes de traçar um plano diário ou mensal e ser fiel a ele; quando as responsabilidades estão mal repartidas e se resiste a delegar; quando não conseguimos dizer um não, com simplicidade; quando nos deixamos envolver numa avalanche de activismo e desordem ou nos acomete o problema contrário: um perfeccionismo idealizado que nos deixa paralisados. A conquista de um ritmo humano para a vida não acontece de repente, nem avança com receitas de quatro tostões. Também aqui estamos perante um caminho de transformação que cada um tem de fazer e nos pede verdade, aprendizagem e renúncia. A primeira renúncia é àquela da obsessão pela omnipotência. Temos de ter a coragem de perceber e aceitar os limites, pedir ajuda mais vezes, e dizer “basta por hoje” sem o sentimento de culpa a martelar. A insegurança provocada pela velocidade a que tudo se dá, leva-nos a ter medo de apagar a luz ou de arrumar os papéis para continuar amanhã. Precisamos, por outro lado, aprender a planificar com sabedoria o dia a dia, hierarquizando as atividades, e concentrando melhor a nossa entrega. Precisamos aprender a racionalizar e a simplificar, sobretudo as tarefas que se podem prever ou se repetem. E ganhar assim tempo para redescobrir aqueles prazeres simples que só a lentidão nos faz aceder. São tão belos certos instantes de recolhimento e de pausa em que o nosso olhar ou o nosso passo se deslocam sem ser por nada, numa gratuidade que apenas cintila, reacendida.


José Tolentino Mendonça

September 23, 2009

@WC and was thinking about this...

Is an act deeper than a word?
Could a silence be noiser than a word?
Shall my paint on the wall of my room express better than a word?

It can.





...but not always.

May 29, 2009

Fimo Prometido

Tenho andado fugida...já sei. Por isso decidi regressar com um cumprimento de promessa na manga. Aqui vao duas dumas quantas brincadeiras que andei a fazer nos tempos livres em Gland com uma conhecida massa fimo. Enjoy!





um detalhe...não ficaram para mim :)

December 18, 2008

Ser forte...é ser sempre forte.

Pirralha de 11 anos e óculos azuis com 0.50 de graduação, de quem acho piada:
"Oh Joana...ser forte cansa."

Pois cansa, cansa.



Mas é que cansa mesmo. Não é uma questão de músculos fortes mas sim de sinapses psico-emocionais fortes e bem estruturadas. Tenho a mania de pensar que 'ser forte' é ser sempre forte. Mas não.
[Não derramar uma lágrima sequer, não cair para o lado, não escorregar um 'não me apetece', não desistir de um só projecto, não parar...]

Mas ser forte cansa.
Esperam sempre de nós um pouco mais. Ou então, somos nós que esperamos de nós mesmos o 'forte' que afinal não somos.
E hoje, com a pirralhinha de quem acho piada, aprendi que 'ser forte cansa'. Porque ela afinal estava a ser forte. E no seu ar de 'eu hoje estou forte, não estou?' lá se saiu com esta! Esta que me fez parar uns segundos, olhar para ela e soltar um 'tens razão'.

December 15, 2008

Muere lentamente


Muere lentamente quien se transforma en esclavo del hábito, repitiendo todos los días los mismos trayectos, quien no cambia de marca, no arriesga vestir un color nuevo y no le habla a quien no conoce.

Muere lentamente quien evita una pasión, quien prefiere el negro sobre blanco y los puntos sobre las "íes" a un remolino de emociones, justamente las que rescatan el brillo de los ojos, sonrisas de los bostezos, corazones a los tropiezos y sentimientos.




















Muere lentamente quien no voltea la mesa cuando está infeliz en el trabajo, quien no arriesga lo cierto por lo incierto para ir detrás de un sueño, quien no se permite por lo menos una vez en la vida, huir de los consejos sensatos.

Muere lentamente quien no viaja, quien no lee, quien no oye música, quien no encuentra gracia en sí mismo.

Muere lentamente quien destruye su amor propio, quien no se deja ayudar. Muere lentamente, quien pasa los días quejándose de su mala suerte o de la lluvia incesante.

Muere lentamente, quien abandona un proyecto antes de iniciarlo, no preguntando de un asunto que desconoce o no respondiendo cuando le indagan sobre algo que sabe.

Evitemos la muerte en suaves cuotas, recordando siempre que estar vivo exige un esfuerzo mucho mayor que el simple hecho de respirar.

Solamente la ardiente paciencia hará que conquistemos una espléndida felicidad.

Pablo Neruda

Recebi este poema nos anos, dentro dum envelope amarelado com umas notas pessoais no fim. Quando o li pensei: tenho que escrever sobre isto! Agora exponho-o porque sábado morreu mesmo alguém.

Esse alguém já me conhecia há muito tempo, e eu ia conhecendo-o à medida que crescia. Sabia que ele existia sempre que o via na porta de entrada ou na rua. Sabia que ele estava no 3º esquerdo. Sabia que não o podia ir chatear quando o Benfica estava a jogar. Sabia que sempre que lá ia recebia um cd ou um livro, sem pedir nada. Sabia que ele gostava que eu fosse do Benfica! :) E sábado...desapareceu. Deixou de haver 3º esquerdo. O benfica que tanto idolatrava não o ajudou de certeza a passar o último momento no hospital dos Capunhos (até porque perdeu no dia seguinte)...o pior é que eu também não. Não tenho lábia para condenar o Benfica porque eu também não estava lá naquele sábado, num certo quarto do SO no hospital dos Capuchos. Agora só penso que ele desapareceu do mundo. Assim, de crachá diamante benfiquista ao peito e um certo medo de morrer. E eu não fiz nada...
Não lhe passei nenhum 'até logo'. Não lhe passei um 'Eu, que te seguro pela tua mão direita...'. E no meu quadro, não sei se o consigo ver. Mas vejo que não cheguei sequer a por o pincel na tinta.

Muere lentamente... Deixou-se morrer lentamente...? Deixei-o morrer lentamente?
E não consigo deixar de pensar nisto. No que deixo morrer.

...

Mas eu sei que posso dizer 'até logo'. Eu aprendi que sou responsável por o dizer e por não deixar nada morrer.

October 19, 2008

Sossegar.

Hey...i'm back.

Mas ao voltar deparei-me com demasiada gente encalhadas no mesmo estado de espírito: sem motivação. Ponto, mesmo. Não há muita pontuação a acrescentar. Preocupa-me ver e perceber isso. E todos queixam-se do mesmo: Falta de tempo. Outro ponto final.
Penso: 'porquê? Fogo...qual é a solução para isto?' Todos sabem a Solução mas até Essa parece longínqua. Queremos mesmo mudar de 'estado de espírito'?

Isso preocupa-me.

Incapacita-me.

Ponto.

Quebras nos hábitos de desporto, alimentação e horas de sono? Eu estou a quebrá-las neste momento. Escolhi escrever porque preciso expelir o que me assusta neste momento. É demasiada gente. Sem associação de idade, profissão, ou objectivos de vida. Saber que não se está bem e não conseguir mudar esse 'não estar bem' é um assunto diário, constante e inevitável.

Isso continua a preocupar-me.

Assusta-me.

.

Insatisfação aliada à fraca produção por...falta de tempo ou má gestão do tempo. Tempo para quê? Para trabalharmos mais? Para estarmos sossegados e quietos? Como alguém já escreveu, somos incentivados a ir gastar, gastar, e gastar, para depois sermos obrigados a trabalhar, trabalhar e trabalhar. Sermos bons profissionais, tirarmos cursos e darmos o máximo no nosso trabalho. E o resto?

O PIOR é que O RESTO é TUDO.

Escrevo contra mim mesma. Contra estes que me rodeiam.
Contra e a favor. A 'favor' porque é para olharmos com a mente que agora partilho isto.
Passa-se...e não volta. O tempo é assim. E nós que aguentamos tudo...!

Que falta de Deus...! Tudo pode ser qualquer coisa. E nada satisfaz.
Querer mudar não é natural. Querer e ter coragem para quebrar o vaso defeituoso que construimos com as nossas próprias forças, não é acessível. Mas é possível, ambas. Quero adormecer com esta certeza, hoje e amanhã e nos dias que precisar.

...5minutos.

Sabe bem sossegar :)

July 25, 2008

Um separador pessoal: SUISSE, Parte VI

Hoje deparo-me com saudades de comer um bacalhau à bràs numa qualquer tasquinha da baixa...confesso.

E hoje pude finalmente escrever qualquer coisa pois os meus pais foram dar um bonito passeio. Ver o lago de signal de bougy, ir à praia de relva de Rolle, conhecer o bosque da clinica e se tiverem tempo apanhar o barco até yvoire. Fiz-lhes um pic nic, raviolli de champinhon com Quorn e tomato (e orégaos). Espero hoje partilhar-vos finalmente fotografias :)

Ah...e estou quase a voltar :)