Projecto Sunlight: PREFÁCIO

É bom ter tempo.
Um destes que passou ouvi numa música 'o tempo passa a correr...mas quando dói passa devagar'. Mas mesmo devagar é bom quando tomamos proveito de cada bocadinho. "Reter tudo o que é bom das coisas".
Ando a reter de uma ficção algo bom também, e venho partilhar. Decidi partilhar na sua totalidade. Pensei se o havia de fazer ou não porque é um compromisso, e nesta época é difícil cumprir compromissos, apesar de tão importante os ter.
Venho partilhar o 'Projecto Sunlight'. É um pequeno livro que tenho estado a ler. É ficção e eu nunca fui muito de leituras de romances, ficção entre outras 'fora realidade'. Mas tenho gostado do que tenho lido. Vou colocando por capítulos, são ao todo onze capítulos. Estará identificado para se não quiserem acompanhar a leitura estejam só em sintonia com os outros posts. Vamos ler em conjunto pois à medida que vou lendo vou escrevendo. Já vou no capítulo 4, um pouco mais avançada que vocês mas logo logo estaremos na mesma linha :) (nota: algumas alterações serão feitas, apenas a nível de linguagem e a substituição de um nome)

" O meu nome é Joel. Sou cidadão do Universo, membro dos Escrivães Celestiais.
Ontem decidi que irei concentrar o meu estudo na primeira pessoa que virar a esquina das ruas Ridge e Génese na cidade de Rochester, logo após as 18h00, hoje. Este momento aproxima-se, e eu estou cheio de expectativa. Neste preciso instante esta rua residencial não está movimentada uma vez que a maioria dos trabalhadores já foi para casa. O relógio do Banco Midtown marca 17h56. Estou com os olhos fixos na esquina. As folhas giram ao redor dos edifícios levadas pelo activo vento outonal. Faz-me lembrar o quão assustador deve ser viver num planeta onde, mais cedo ou mais tarde, tudo morre.
Um miúdo vira a esquina a correr, com uma raquete de ténis na mão...mas são apenas 17h59. Quase que fico triste. Ele é um rapazinho simpático.
Agora. Precisamente agora. A próxima pessoa. São 18h02. Logo estará escuro, e poucos se arriscam a sair - as ruas do planeta Terra não são seguras à noite.
Mas espera. Uma figura miúda vira a esquina, com o seu casaco cintado açoitado pelo vento. Uma jovem. Ou talvez não seja tão jovem. Na casa dos trinta, eu diria. Engraçado, nunca pensei estudar uma mulher. Parecem ser criaturas bastante complexas. Ela, com movimentos flexíveis e rápidos, tem por trás de si a luz dos ténues raios prateados do sol de fim de Outubro. Num relance descobri como a vou chamar: Sunlight. Claro! É perfeito!"